"If you are lucky enough to have lived in Paris as a young man, then wherever you go for the rest of your life it stays with you, for Paris is a moveable feast*"
Tem livros que te chamam a atenção por uma ou outra frase. Neste caso, aconteceu o contrário: foi a frase acima que me levou a ler "Paris é uma festa" (Moveable feast), de Ernest Hemingway. Depois de passar algumas semanas "vivendo" em Paris, o meu repertório literário ficou um pouco restrito, e Hemingway não podia faltar nessa lista, ainda mais tão perto do lançamento do filme "Meia noite em Paris", de Woody Allen. Paris já era uma festa em 1964, quando o livro foi escrito pelo autor de "Por quem os sinos dobram" e "O velho e o mar", e é principalmente o clima da cidade que faz esse livro imprescindível.
"Paris é uma festa" é autobiográfico, embora o prefácio peça que você leia como uma ficção. Isso porque vários escritores famosos, como James Joyce, Ezra Pound e Scott Fitzgerald, fazem parte da história, já que viveram na capital francesa na mesma época em que Hemingway. Além deles, outros foram cortados ou tiveram nomes trocados para evitar problemas, mas, basicamente, o livro trata da juventude de Hemingway na cidade luz.
A pobreza e a troca do jornalismo pela literatura são o pano de fundo para o clima de melancolia e, ao mesmo tempo, de felicidade em que vivem os escritores em Paris. Apostas em corridas de cavalos, fome, festas, bebidas, debates literários, loucura, cafés, gastronomia, arquitetura e lugares maravilhosos se misturam em um cenário romântico e realista. Uma das cidades mais bonitas do mundo foi também palco e inspiração para uma geração formada por alguns dos escritores mais consagrados da literatura americana e europeia. Na década de 60, e na obra de Hemingway, Paris está transbordando cultura e, a impressão que o livro nos dá é de que bastam dez passos para esbarrar no próximo grande nome da literatura, ainda em formação - com seus vinte anos e lutando para se manter vivo até escrever seu primeiro livro de sucesso.
Nem todas as páginas são flores. Ainda assim, "Paris é uma festa" vale a pena pelo cenário, pelas cores, pelos cheiros e pela capacidade que o autor tem de nos transportar para a Rue Moufftard em pouquíssimo tempo.
* "Se você tiver a sorte de viver em Paris enquanto jovem, então, onde quer que você vá, para o resto da sua vida, ela fica com você. Porque 'Paris é uma festa'"
3 comments:
O livro foi publicado (póstumamente) em 1964. Na verdade começou a ser escrito no outono de 1957 em Cuba e foi encerrado na primavera de 1960. Quem juntou os originais e preparou a publicação foi Mary Hemingway a última esposa de Hemingway com quem ele vivia quando, doente e depressivo, se suicidou em 1961.
Bom dia, Não li este livro ainda. Já li "O Velho e o Mar" e estou lendo no original em inglês "The sun also rises". Ler do inglês apesar de meu bom conhecimento é bem mais demorado e cansativo.. Gostei muito do livro mas a vezes me arrependo de nãot er comprado em portuga. Mas o livro é muito bom.
Sou louco pra ler "Por que os sinos dobram" e "Paris é uma festa"..Estou na dúvida sobre qual escolherei depois. Como eu amo Paris estou propenso a "Paris é uma festa".
Li este livro há uns 30 anos, e fiquei enlevada. Muito lindo mesmo.
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